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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ao colega médico- 18/10/2009

Caríssimos colegas
Existem momentos em que, termos galgado a honra de nos tornarmos merecedores deste título, é por tantos deixados de lado que vêem somente o tempo gasto ou o dinheiro ganho por tal paciente.
Quando me deparo com esse tipo de procedimento, que infelizmente não é raro, me vem um tristeza enorme e a reflexão se torna inevitável!!
Onde foi que perdemos a possibilidade de ver no nosso paciente, antes de mais nada, um ser humano fragilizado que ao encontro vem principalmente pela dor da alma (tantas doenças psicossomáticas!!).
Nosso sentido de vida haveria de ser o que de melhor teríamos a lhes ofertar, além da técnica honesta. Percebo que perdeu-se, e sei não é prioridade da nossa classe, a possibilidade de olhar nos olhos e ver além da queixa a dor da suscetibilidade ultrajada, o ganho ínfimo, o reconhecimento zerado, os sonhos destruídos pela incoerência dos preconceitos, e uma introjeção de pequenez que os deforma e agita!
Permitem-me dizer até que somos também assim e sofremos nos mesmos males!!! Talvez nos falte isto, somos também humanidade ultrajada pela inversão de valores, mas quando nos é dado o privilégio de estudar e tratar os males deveríamos ter em nós, sem dúvida, "O AMAR A VIDA", e assim cultivando o que é de melhor em EXISTIR.
Ibirama, 19/10/2009     Grassa

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